quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Viver é pouco

“Hoje todo mundo vive como dá, e não como quer”. Ouvi isso um dia desses, e percebo uma coisa meio pejorativa girando em torno de tal assunto. Essa frasezinha, “viver bem”, há muito tempo deixou de ser tida como via de mão única, onde viver bem seria o único caminho para uma vida tranqüila e bem vivida. Na verdade o conceito de vida saudável do ser humano sofreu diversas alterações, contudo, da forma demasiada como é tida hoje, nem de longe se assemelha ao que – a meu ver – seja justificável como uma vida saudável.

Na contemporaneidade, há quem diga que o sentido da vida escapou-lhe as mãos num dado momento quando pensou sentir-se seguro de viver o glamour da essência humana, entretanto, descobriu-se em meio a uma tormenta que nem de longe lembrava o que engendrou dentro de si como o tal “sentimento amoroso pela vida” (se assim posso dizer). Isso acontece a todo o momento e com todo mundo.

Creio eu que um fator importante para esse “mal-estar” da atualidade pode ser exemplificado também pela gradativa perda dos conceitos herdados por gerações, que estão cada vez mais distanciadas da geração atual devido à eterna busca por um pilar de sapiência onde possa apoiar seus predicados e pensamentos filosóficos de forma a deixar que o resto aconteça como deve ser.

Esse é um tema vivenciado e abordado com temáticas discordantes, que ficam maquiadas no cotidiano ao ponto de passarem quase despercebidas. Afinal, quem sabe o que é bom pra mim? Acredito que ninguém, nem eu mesmo.

Mas enquanto não descubro qual o caminho certo, levo alguns “conceitos” comigo pra tentar diminuir a margem de erro, mas o único no qual confio com plena consciência, é que o erro já pode estar aí, no simples fato de tentar evitá-los.

Um comentário:

Unknown disse...

Certamente é um sentimento universalmente constante na nossa sociedade da informação captalista !
Esse ato impulsivo de tudo abraçar e ao mesmo tempo não se reconhecer em diversas dessas coisas está levando alguns, acredito, aos poucos, a começarem a assimilarem não somente as informações do passado para reconhecer-se no presente, mas também no resgate da sua propria identidade cultural.
Nesse último aspecto, residiria por fim a própria noção de realidade e tempo!