Tentar entender a vida é sempre intrigante e perturbador (mas abaixo do texto te lembrarei isso). Chega-se, na maioria das vezes, a consensos que derrubam as expectativas de encontrar respostas concretas e aceitáveis sobre o que se questiona. Quer um exemplo? Imagine as doenças ditas hereditárias, aquelas que se manifestam com freqüência maior em pessoas inseridas em grupos familiares onde já existiu algum caso desta doença. Pode-se usar como exemplo a Asma e a Diabetes.
Agora imagine você, ou qualquer ser humano, desde o seu momento de concepção até a sua morte, tendo que conviver com alguma delas, ou até as duas, pelo simples fato de alguém na sua árvore genealógica já a ter tido. Você não tem opção, é algo arbitrário, você nasce com isso e ponto final. Daí você se consola com a idéia de que "a medicina é capaz de fazer com que se conviva com essa doença até morrer por outro motivo, de velhice, por exemplo." É fácil chegar a essa conclusão, o ser humano é habituado a se apegar às soluções impostas sem ao menos questionar-se qual o motivo verdadeiro de carregar tal enfermo.
Ao tentar manter um pensamento mais racional sobre o assunto, é fácil perceber que o verdadeiro culpado por esta doença existir até hoje é o próprio avanço da medicina. Segundo as teorias de seleção natural de Charles Darwin, fica consagrado que a sobrevivência é privilégio dos mais fortes, ou seja, dos que tem uma maior capacidade de adaptação. A medicina, desde sempre, vem burlando esse conceito, fazendo com que gerações inadaptadas criem novas gerações, e assim sucessivamente (lembra o que eu disse? Chega-se sempre a consensos perturbadores), algo que teoricamente não existiria se a teoria de Darwin não fosse driblada.
É fato que não podemos ser tão insensíveis ao tratar de outras vidas. É como se essas outras vidas fossem seres excepcionais, excluídos do direito de viver, e não dá pra pensar assim, ainda mais, quando os “seres” do assunto são seres humanos. Afinal existe conosco uma compaixão e uma comoção com o próximo, que nos dá a incumbência da preservação à vida. Mas enfim, o certo é que, graças a medicina, é possível viver e gerar novas vidas burlando o conceito Darwiniano que indica os destinados a não-vida, mas fazer o quê? Sobram só as duas opções do título.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Documentário: A Carne é Fraca
O documentário discute de forma clara e objetiva as conseqüências diretas e indiretas causadas ao meio ambiente pela expansão da agropecuária, e demais criatórios de animais, para abastecer o mercado consumidor de carne. Demonstra, com dados alarmantes, como o crescimento da produção de carne bovina – que dobrou no Brasil, nos últimos sete anos, chegando a marca anual de 7 milhões de toneladas – atinge diretamente no aumento da degradação do meio ambiente. Segundo dados exibidos no documentário o consumo de carne é o maior causador do problema ambiental do planeta. No Brasil, a agropecuária é o maior responsável pelo desmatamento na mata atlântica, na caatinga e no cerrado, sem falar nos 2/3 de todo o CO2 emitido no país atribuído ao desmatamento da Amazônia, seja por expansão da agropecuária ou por exploração da madeira. Ainda acrescenta a grande quantidade de gás metano, vinte vezes mais nocivo a camada de ozônio que o CO2, emitida pelos rebanhos de gado.
Outro problema apontado no mesmo documentário diz respeito à quantidade de água utilizada para expansão da agropecuária. Segundo dados exibidos, em defesa do vegetarianismo como uma prática saudável e indispensável para o equilíbrio ambiental, para se produzir um quilo de carne exige-se a utilização de 15 mil litros de água. Muitos países já não têm mais água para sustentar seus rebanhos. O que o Brasil pretende com a expansão agropecuária? É lógico, lucro imediato. O avanço da agropecuária aparece como um mercado próspero a curto e médio prazo pelo fato do Brasil estar gozando de uma posição que os demais países que disputam o mercado internacional de exportação de carne não desfrutam. A abundância de água. Agora, será que em longo prazo essa corrida pela expansão da agropecuária nos renderá bons lucros?
João Meirelles Filho é categórico no documentário, “O consumo de carne é o maior problema social e ambiental do planeta”. Fora os dados já citados no início desse artigo, Meirelles acrescenta que o problema não é só na agropecuária. O mercado de carne suína, e de aves e peixes, por conta de cerca de 100 milhões de toneladas de nutrientes que são despejados sem nenhum controle nos rios e mares, é o principal causador de desequilíbrios ecológicos nesse eco-sistema. As conseqüências já podem ser observadas em alguns lugares com o aumento descontrolado da incidência de algas marinhas.
Também é atribuída a opção pelo consumo de carne como a maior causadora da fome no planeta. Estima-se que cerca de 10% a 20% da população mundial coma carne, não por acaso, essa é a parte mais rica da população. O agronegócio nacional é responsável por uma das maiores produções de grãos do mundo, no entanto produz basicamente para exportação e alimentação de animais, e não, para alimentação de pessoas. Segundo o documentário, o melhor caminho para se combater a fome seria vender aos famintos os grãos utilizados para alimentação animal.
Questiona-se também no documentário os direitos dos animais, como seres vivos, devido aos maus tratos no qual são submetidos. Os animais criados para o abate não escolhem sua alimentação, são submetidos a campos de engorda, e alimentados por rações ricas em nutrientes, além de serem submetidos a intoxicação por anabolizantes e agrotóxicos utilizados no combate a doenças e feridas na pele. No caso das aves, o stress que elas são submetidas faz com que expressem o canibalismo, algo nada convencional em um animal que é herbívoro por essência.
Atribui-se ao mercado de vitela o rótulo de mercado mais imoral do mundo. O bezerro, ainda não desmamado, é submetido a situações “desumanas”, por um simples luxo do homem em querer comer um tipo de carne diferente, o que está aumentando também o consumo de outros tipos de carnes como avestruz, caças e animais exóticos.
O sofrimento dos animais, devido às atrocidades praticadas nos abatedouros, não chega ao conhecimento do consumidor, pelo contrário, o mercado nos vende uma imagem ilusória através de símbolos característicos dos bens de consumo, onde transparece o produto final e se camufla a cogitação de aquele produto um dia foi um ser vivo. Não é a toa que os abatedouros não permitem que se registre o processo de abate.
É preciso que se entenda o papel de cada um em torno desse tema, assim como cita um dos entrevistados “ser vegetariano é uma questão filosófica”, e acredito que nem todos estejam preparados para assumir essa questão de tal forma, mas por outro lado é possível assumir que o problema existe e tentar a partir daí exercer uma mudança nos hábitos alimentares, não que deva parar totalmente de comer carne, mas no mínimo reduzir o seu consumo, afinal, não adianta só falar é preciso fazer.
Outro problema apontado no mesmo documentário diz respeito à quantidade de água utilizada para expansão da agropecuária. Segundo dados exibidos, em defesa do vegetarianismo como uma prática saudável e indispensável para o equilíbrio ambiental, para se produzir um quilo de carne exige-se a utilização de 15 mil litros de água. Muitos países já não têm mais água para sustentar seus rebanhos. O que o Brasil pretende com a expansão agropecuária? É lógico, lucro imediato. O avanço da agropecuária aparece como um mercado próspero a curto e médio prazo pelo fato do Brasil estar gozando de uma posição que os demais países que disputam o mercado internacional de exportação de carne não desfrutam. A abundância de água. Agora, será que em longo prazo essa corrida pela expansão da agropecuária nos renderá bons lucros?
João Meirelles Filho é categórico no documentário, “O consumo de carne é o maior problema social e ambiental do planeta”. Fora os dados já citados no início desse artigo, Meirelles acrescenta que o problema não é só na agropecuária. O mercado de carne suína, e de aves e peixes, por conta de cerca de 100 milhões de toneladas de nutrientes que são despejados sem nenhum controle nos rios e mares, é o principal causador de desequilíbrios ecológicos nesse eco-sistema. As conseqüências já podem ser observadas em alguns lugares com o aumento descontrolado da incidência de algas marinhas.
Também é atribuída a opção pelo consumo de carne como a maior causadora da fome no planeta. Estima-se que cerca de 10% a 20% da população mundial coma carne, não por acaso, essa é a parte mais rica da população. O agronegócio nacional é responsável por uma das maiores produções de grãos do mundo, no entanto produz basicamente para exportação e alimentação de animais, e não, para alimentação de pessoas. Segundo o documentário, o melhor caminho para se combater a fome seria vender aos famintos os grãos utilizados para alimentação animal.
Questiona-se também no documentário os direitos dos animais, como seres vivos, devido aos maus tratos no qual são submetidos. Os animais criados para o abate não escolhem sua alimentação, são submetidos a campos de engorda, e alimentados por rações ricas em nutrientes, além de serem submetidos a intoxicação por anabolizantes e agrotóxicos utilizados no combate a doenças e feridas na pele. No caso das aves, o stress que elas são submetidas faz com que expressem o canibalismo, algo nada convencional em um animal que é herbívoro por essência.
Atribui-se ao mercado de vitela o rótulo de mercado mais imoral do mundo. O bezerro, ainda não desmamado, é submetido a situações “desumanas”, por um simples luxo do homem em querer comer um tipo de carne diferente, o que está aumentando também o consumo de outros tipos de carnes como avestruz, caças e animais exóticos.
O sofrimento dos animais, devido às atrocidades praticadas nos abatedouros, não chega ao conhecimento do consumidor, pelo contrário, o mercado nos vende uma imagem ilusória através de símbolos característicos dos bens de consumo, onde transparece o produto final e se camufla a cogitação de aquele produto um dia foi um ser vivo. Não é a toa que os abatedouros não permitem que se registre o processo de abate.
É preciso que se entenda o papel de cada um em torno desse tema, assim como cita um dos entrevistados “ser vegetariano é uma questão filosófica”, e acredito que nem todos estejam preparados para assumir essa questão de tal forma, mas por outro lado é possível assumir que o problema existe e tentar a partir daí exercer uma mudança nos hábitos alimentares, não que deva parar totalmente de comer carne, mas no mínimo reduzir o seu consumo, afinal, não adianta só falar é preciso fazer.
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